Descanso ao meio-dia!
- secretaria01
- 21 de dez. de 2016
- 2 min de leitura
“Dize-me, ó amado de minha alma: onde apascentas o teu rebanho, onde o fazes repousar pelo meio-dia?” (Cantares 1.7.)
Nós temos negligenciado a arte de repousar pelo meio-dia. Muitos crentes estão sucumbindo aos pesos da vida porque se esquecem de repousar. O que nos mata é essa torrente contínua da vida, essa constante uniformidade. Não devemos ver o descanso somente como um fortalecimento para o enfermo, mas também como um tônico para os que são fortes. Ele lembra libertação, esclarecimento e transformação. Impede que nos tornemos escravos de nossas obras, até mesmo das boas obras.
Certa ocasião alguém contou-me de uma experiência que realizou com um pombo. A ave nascera e vivera numa gaiola; nunca havia saído dela. Um dia, esse homem a levou para a varanda de sua casa e a atirou para o alto. Para sua surpresa, constatou que o pássaro tinha perfeitas condições de voar. E ele deu várias voltas por ali, dando a impressão de que nascera voando. ]
Daí a pouco, porém, seu vôo parecia haver se tornado pesado, os movimentos, espasmódicos, e as voltas, cada vez menores. Por fim, o pombo veio em direção ao dono, bateu de encontro ao seu peito e caiu ao chão. Qual a razão disso? A razão era que, embora ele houvesse nascido com o instinto de voar, não aprendera a parar.
A capacidade de parar era adquirida, e não instintiva. Se a ave não tivesse se atirado contra o peito dele para parar subitamente, teria continuado voando até morrer de cansaço.

Isso é uma figura da vida moderna. Nossa sociedade parece possuir o instinto da atividade, mas não possui a capacidade de parar. Ficamos dando voltas e mais voltas, num circular incessante e cansativo, até quase morrer ainda em alta velocidade.
Então qualquer experiência difícil, qualquer choque que soframos quer sirva para deter nosso giro constante, na verdade, é uma bênção. Muitas vezes, Deus aplica um severo golpe em alguém com o objetivo de fazê-lo parar. Essa pessoa cai aos pés dele, em desespero.
E o Senhor se inclina para ela e lhe diz: “Aquieta-te, filho! Aquieta-te e sabe que sou Deus!” Então, pouco a pouco, o desespero causado pelo problema se transforma e obediência.
Mananciais do Deserto, Volume 2
Comments